Era na casa número 20, na Rua João Miranda, bairro Felipe
Camarão, que Jacinta Fidélis da Silva, de 26 anos, e sua cachorrinha “Morena”
aguardavam a chegada das equipes do Centro de Controle de Zoonoses.
Jacinta foi pega de surpresa por um erro do agente
responsável pela vacinação antirrábica. Foi ela quem recebeu a dose no lugar da
Morena. Logo em seguida, a dona do animal procurou ajuda médica em uma Unidade
de Pronto Atendimento (UPA).
Mulher reclama de dores após trapalhada. Fotos: Cedidas
A mulher foi medicada com antídoto, antialérgico e soro. O
caso ocorreu na terça-feira (3), mas uma semana depois, ela afirma estar sentindo
dores por causa da confusão. “Ele [agente] entrou e pediu para se sentar e
segurar a cachorra no colo. Então ele colocou a mão entre mim e ela, foi quando
a seringa furou a minha barriga”, explica a dona de casa.
Ainda de acordo com Jacinta Fidélis, as equipes não
prestaram nenhum tipo de assistência e recomendaram que ela lavasse a região
com água e sabão. A mulher disse ter sentido dores, formigamento e inchaço. Ela
contou com a ajuda do companheiro, que a levou para a UPA Esperança.
Jacinta e sua Morena, no bairro Felipe Camarão. Foto: Victor
Lyra/TV Ponta Negra
“Eles deixaram até um papel, que dizia que a cachorra havia
sido vacinada, mas não foi porque quem tomou a vacina foi eu. No outro dia eu
fui de rua em rua para encontrar um agente e falar sobre o que tinha
acontecido”, relata a mulher.
Morena foi finalmente vacinada dois dias depois do incidente
e agora vive mais tranquila com sua dona. Jacinta, por outro lado, ainda se
queixa de dores e ainda convive com um hematoma na região atingida pela agulha.
O que dizem os responsáveis
Questionado sobre o assunto, o Centro de Controle de
Zoonoses se pronunciou por meio da gerente técnica Úrsula Torres. A
profissional afirmou que a equipe prestou socorro a Jacinta e inclusive a
encaminhou para uma unidade de saúde para receber cuidados médicos.
“O que aconteceu foi um acidente. A cachorra se assustou no
momento da vacina e a seringa encostou na mulher e injetou uma quantidade muito
pequena do remédio, mas logo nossa equipe disponibilizou um supervisor para
acompanhar a dona do animal”, afirmou a servidora do CCZ.
Úrsula Torres explicou ainda que o efeitos colaterais
percebidos pela mulher após a dose são considerados normais para o caso. “Nós
acompanhamos de perto por precaução e iremos visitá-la na próxima
segunda-feira, conforme protocolos do Ministério da Saúde”, destaca.
Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) se manifestou por
meio de nota enviada à reportagem do Portal OP9. A pasta reconhece o caso e
esclareceu a situação:
“A Secretaria Municipal de Saúde de Natal esclarece que após
o incidente ocorrido no bairro de Felipe Camarão, o Centro de Controle de
Zoonoses e o Departamento de Vigilância em Saúde prestaram total assistência a
usuária. Imediatamente, os profissionais foram até a residência dela para
avaliar o ocorrido, verificaram se haviam algum evento adverso em função do
acidente, inclusive pelo fato de a vacina animal ser a mesma vacina humana
contra raiva. A primeira orientação foi realmente lavar com água e sabão para
desinfecção, mas em seguida foram seguidos todos os protocolos de segurança
estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A SMS reforça que está intensificando a
capacitação dos profissionais que atuam na Campanha Antirrábica, como forma de
prestar, cada vez mais, uma melhor assistência à população.”
A nota foi reproduzida na íntegra.
Portal OP9
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