Apesar das ações criminosas, Camilo Santana não pediu à
União apoio da Força Nacional.
Subiu para 14 as cidades do Ceará que já sofreram ataques
criminosos nessa onda de violência que desde sexta-feira (20) voltou a assustar
a população.
Já foram cerca de 65 atos, que tiveram incêndios a ônibus,
caminhões, concessionária e ataque a prédios públicos e privados —42 suspeitos
foram detidos e outros 21 adolescentes apreendidos.
Em janeiro, na primeira onda de ataques também atribuída a
facções criminosas, foram 50 cidades atacadas em mais de 280 atos criminosos.
Por enquanto, o governo do Ceara não solicitou ao Ministério
da Justiça a presença de agentes da Força Nacional de Segurança, como em
janeiro nos primeiros ataques —foram 408 deslocados por 30 dias ao estado.
Mas já ocorreram duas conversas entre o governador Camilo
Santana (PT) e o ministro Sérgio Moro e dois pedidos foram feitos e aceitos:
liberação de vagas em presídios federais para lideranças de facções (dez ao
menos) e envio de 200 radiocomunicadores para ajudar no contato dos agentes de
segurança cearenses.
A reportagem apurou que o governo cearense não descarta a
solicitação da Força Nacional, mas apenas se os ataques se intensificarem. A
avaliação nesse momento é que os agentes cearenses dão conta da prevenção e
captura de suspeitos.
Duas pessoas tiveram ferimentos leves nos incêndios —uma
mulher queimou os pés ao sair de um ônibus e um homem machucou a perna no
ataque a um caminhão. Entre os adolescentes apreendidos um deles está em estado
grave com 70% do corpo queimado —o hospital não informou o estado de saúde
dele.
A população sofre principalmente com a falta de ônibus, já
que as empresas reduziram a frota nos dois últimos dias, e com atraso ou até
falta de coleta de lixo.
Caminhões dessas empresas são dos principais alvos dos
criminosos e muitos não saem das garagens. Nesta quarta (25), pontos e
terminais de ônibus voltaram a ficar cheios pela manhã e ao final da tarde.
Linhas com rotas consideradas mais perigosas continuam com escolta policial.
Só no início da noite desta quarta que 100% da frota de
ônibus voltou a circular normalmente —as linhas noturnas terão apoio de PMs
embarcados.
Nesta quarta houve ataques no interior, como um clube de
tiro em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, ônibus em Maranguape e
Várzea Alegre e um caminhão em Juazeiro do Norte.Na noite de terça (24),
criminosos queimaram vegetação próxima ao estádio Arena Castelão, que no
próximo final de semana receberá um dos mais famosos festivais de forró do
estado.
A tentativa de atingir a gigante estrutura preparada para o
show falhou com seguranças contratados pela empresa organizadora acionando a
polícia. Oito suspeitos foram presos.
Em fevereiro, em entrevista à Folha, Santana disse que a presença
da Força Nacional servia mais como efeito psicológico à população do que de
prevenção de fato, já que recebeu pouco mais de 400 homens do governo federal
contra os 29 mil que tem no Ceará.
O governo do Ceará atribuiu o movimento a membros de facções
criminosas por motivo semelhante ao de janeiro: o endurecimento de regras em
unidades prisionais. Ao menos 257 presos foram transferidos e isolados desde o
início dessa nova onde de ataques.
Com informações Folha de S. Paulo.
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