O vereador Conselheiro Romário havia recebido penalidades
brandas no fim de junho, mas descumpriu ordem de pagar fiança e de informar
suas atividades à Justiça.
O vereador de Sobral Romário Araújo (SD), conhecido como
Conselheiro Romário, teve mandado de prisão expedido nesta quinta-feira (25).
Ele é investigado por estelionato e crimes contra o patrimônio. A prisão
preventiva havia sido assinada pela juíza Joyce Sampaio Fontenelle Durval na
última terça-feira (23).
Em junho, a Polícia Civil já havia pedido a prisão
preventiva do vereador, mas o Ministério Público do Ceará (MPCE) recomendou a
aplicação de medidas cautelares mais brandas. Entre os casos investigados,
estão denúncia de ele ter oferecido emprego a um grupo de pessoas em troca de
dinheiro e um caso de venda indevida de vagas de táxi.
Além do afastamento do cargo de vereador, Romário deveria
comparecer mensalmente à 3ª Vara Criminal da Comarca de Sobral, não se ausentar
da cidade sem prévia comunicação escrita, não sair de casa durante a noite e
nos finais de semana, nem manter contato com as vítimas. Ele ainda deveria
pagar fiança de 100 salários mínimos, cerca de R$ 100 mil.
O acusado, no entanto, descumpriu as obrigações. Romário não
pagou a fiança e não compareceu à 3ª Vara Criminal para prestar esclarecimentos
de suas atividades, afirma a juíza Joyce Sampaio Fontenelle Durval, o que
motivou a decisão.
"Ressalte-se, entretanto, que a prisão cautelar não
ofende o princípio da presunção de inocência", ressalta a juíza no
documento.
Até a publicação desta matéria, Conselheiro Romário não foi
localizado por telefone. A Câmara Municipal de Sobral também não atendeu às
ligações da reportagem.
Histórico
Desde fevereiro, Romário Araújo é investigado por prometer
empregos públicos em troca da participação em um curso. Apenas neste caso, pelo
menos 36 pessoas prestaram queixa na delegacia contra o vereador. Uma das
vítimas afirma que pagou R$ 900 para participar de suposto curso preparatório
para o exércício de função na área de fiscalização institucional do Governo do
Estado.
Em abril, os vereadores rejeitaram representação que acusava
Araújo de quebra de decoro parlamentar. O requerimento, protocolado pelo
advogado Lintor Torquato, pedia o afastamento do vereador e a instauração de
uma comissão para apurar as denúncias contra o parlamentar do Solidariedade. O
recebimento da denúncia, entretanto, foi rejeitado por 10 votos contra, 8 a
favor e duas abstenções.
Diário do Nordeste
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